Eu te amo, só não gosto mais de você

09:03 @Tiabetok 7 Comentários


          Há quem diga que o que é "real" não tem fim,  sentimentos se transformam, ou que só se ama verdadeiramente uma vez na vida e todos os outros relacionamentos serão cópias menos significativas ou busca por resquícios mínimos que nos lembre o (a)"ex". Foi quando decidi dar oportunidade ao amor próprio! O fato de ser uma pessoa extremamente carente fez com que eu nunca permanecesse solteira; metida em relacionamentos longos e quando esses terminavam me lançava em pequenos rolos até o próximo relacionamento: um circulo vicioso de troca de fluídos corporais, mensagens batidas, saudade forçada e por fim, mais decepções para a coleção. 

          Durante o café com um querido amigo, discutimos relacionamentos/sentimentos e notamos que estou solteira a bastante tempo, e todas as vezes que falava "nele" era sorrindo. Claro que a separação doeu, e muito, na verdade, sempre achei que a gente morria aos poucos por amor e após esse término realmente me entreguei, entre choro, álcool e discussões intermináveis com amigos que diziam que ia ficar tudo bem, eu ia ver e rir no fim. Não ri, não disso; mas tenho sido bastante feliz embora esteja sozinha. E não, este não é um texto sobre dar a volta por cima ou elevação de ego. é sobre ternura, lembrança e maturidade!

"Não fala isso por favor
Eu já passei por tanta coisa
Eu não vou mais ser seu amigo
Eu quero até mas não consigo
Eu também vou sentir saudades
Eu também vou chorar sozinho"

        Não se esquece alguém que toma lugar de importância na nossa vida; não se esquece os momentos de riso, as dificuldades, os planos, as tentativas de acerto; mas o gosto, a pele e os momentos de intimidade parecem sumir aos poucos, perdendo os significados e as juras de amor eterno se mostrando cada vez menos eficazes. Mas foi amor, é amor, porque o que foi bom, o que foi realmente maravilhoso ficou.


MAS COMO É AMOR SE NÃO ESTÃO MAIS JUNTOS?

        Depois de muito fingir que "tudo vai bem" e lutas já perdidas de  reparar os danos existentes chega o momento de por um fim; e isso não é desistir, é redefinir! Queria ter tido essa visão no momento, no ato, durante o drama todo, onde o "vai ser melhor pra nós dois" nunca seria bom pra mim e perceber que procurar um culpado e achar o erro já não teria mais sentido quando a bolha de acúmulos já havia explodido a tempos, enquanto a gente se enganava mais um pouco; machucando-nos ainda mais. 

        E eu o amo, só não gosto mais dele, como também não gostava de mim quando estávamos juntos, como não suportava a casa, nem os tênis dele na mesma estante que meus livros e a posição da mesa na sala. Continuo amando seu sorriso, a dedicação ao esporte, o jeito que sei que ainda dorme de tarde e como cantarola a letra errada dos reggaes que escuta pelo fone enquanto está no pc. Amo as miudezas e brincadeiras que tivemos, nossos planos todos infantis e a forma que ele reclamava de absolutamente tudo que eu fazia. continuo amando, mas definitivamente não dá mais, e está tudo bem. sériozão!

            Amor não é posse! E nem se explica, se sente. O afeto permanece mas a vontade de conviver não! Por mais que as conversas se tornem cada vez mais escassas não se deixa de querer bem, de torcer pela felicidade mesmo depois das adversidades. "Serviu de experiências" e outros clichês sem graça daqueles intermináveis que todos derramam sobre você pra no final ficar tudo bem, tudo sussa, coraçãozinho aberto para novos romances, pra quebrar a cara de novo ou pra ser feliz [à dois] de vez.

"Talvez a gente se esbarre por aí novamente, com o coração mais feliz e maduro, talvez a gente sinta falta e, depois de tantos e reencontros, decida pousar no mesmo lugar. Aprendendo a aceitar aquilo que não soubemos aceitar, amando aquilo que não conseguimos amar, descobrindo aquilo que tentamos esconder e resolvendo tudo aquilo que deixamos para depois. Talvez a gente se esbarre novamente com o coração mais calmo e decidido a lutar, a ficar, mas, por hoje, é melhor alçarmos voo."


Referências: 




7 comentários:

  1. adorei o texto, e identifiquei-me um pouco (:
    http://arrblogs.blogspot.pt/

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  2. Eu amei seu post, amei teu blog <3

    http://www.coisasfemininas.com/

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  3. Oi Betok, acho que, quando o relacionamento termina sem mágoas é mais fácil redefinir os papéis de cada um e continuar amando. Adorei o texto! Um beijo :*

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  4. Eu acredito que não existe só um amor na vida, amamos muitas vezes, e não quer dizer que acabe, talvez só aprendemos que a convivência as vezes não era tão boa. Quem não ama sempre, não se entrega por inteiro. Sem contar o amor pela família, pelos amigos. Muitos tipos de amor :)

    www.vivendosentimentos.com.br

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  5. Também acredito que não tenha um só amor e que há vários tipos de amor. Acho dificuldade em amar e não gostar de alguém para determinados caso. Acho que se não gosto mais de alguém, eu deixei de amá-la pelo que ela é. Claro que isso considerando determinadas situações da vida e não se tem um padrão para essas coisas, as pessoas passam por experiências diferentes.

    Beijos
    http://orangelily.com.br/

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  6. Deu vontade de chorar ó... bateu uma identificação do cassete aqui

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