Resenha - Aquele do Cachalote
Como todo bom clássico, Moby Dick só veio ter seu reconhecimento postumamente. Muitos, apesar de não tê-lo lido tem conhecimento da obra por conta de sua grande influencia (no pica pau por exemplo!) e citações diversas. Não faz o meu gênero favorito, e confesso ter ficado desentusiasmada por conta dos exageros de capítulos (150) intercalados entre curtos e longos. Toneladas de informações sobre navios baleeiros, vida dos marinheiros com a preocupação de comprovar a veracidade de todas os fatos utilizando citações de outras obras (mesmo que por vezes pareça um tanto surreal).
Louca de vontade de desistir da leitura por conta das longas narrativas informativas sobre a pesca das baleias (onde New Bedford, cidade norte americana que dominava o setor), já que todos os assuntos (mesmo que diluídos em poemas, canções, narrativas interináveis) se resumem a baleia! Sem necessariamente chegar até A Baleia. No entanto a obsessão do personagem me fez refletir sobre o comportamento humano, a (i)racionalidade, quanto se mobilizaria para conseguir algo inalcançável.
Blablablá e nada da tal baleia, o que nos leva a outro ponto: Moby Dick é real ou ou fruto da imaginação e da compulsão do Capitão? Se for real, seria a baleia apenas guiada por instintos, ou nos deparamos com um animal inteligente que vive numa brincadeira perigosa com a tripulação?
"...e seus imediatos deram graças a Deus por finalmente ter levado aquela terrível loucura, ainda assim, no mais profundo do seu ser, Acab continuava a delirar. A loucura humana é a coisa mais matreira e felina que existe. Quando se pensa que ela se foi, pode ter se disfarçado em uma forma bem mais sutil. A loucura de Acab não terminou, apenas escondera-se, [...]"
ALERTA DE SPOILER (mini)
Não é uma história com final feliz para todos os personagens, uma vez que metaforicamente nos avisa que "a ambição destrói". Depois do barco atingido pelo cachalote e a tentativa de fuga frustrada, Ismael (nosso narrador) vê todos morrerem (inclusive o Capitão Acab e o Quequeeg, seu melhor amigo) e quando nada mais parece ser possível, a grande baleia branca emerge das águas para a sua salvação. Previsível? Sim, muito! Mas não desmerece o valor literário da obra.
Vencida mais uma etapa do desafio literário
(li um livro com mais de 500 páginas)
Meu exemplar é da Martin Claret, Série Ouro, com 569 páginas
4 deram importância: