Lolita - Vladimir Nabokov - 1955
Hei, xu's
Lolita era um livro que sempre tive curiosidade de ler. Na biblioteca do colégio (direto do túnel do tempo) li uma adaptação e me foi suficiente para renegá-lo. Anos depois meu irmão compra uma edição especial da obra na Estante Virtual por apenas R$ 1,80 !!!!! Caríssimos leitores, irei tentar resenhar sem abusar dos xingamentos e ofensas por saber que a obra tem um inestimável valor literário, mas esboçarei meu total descontentamento com a história, meu nojo dos personagens e minha cisma aos que acham o livro "bonito e/ou romântico".
O livro é uma espécie de diário de Humber Humbert, um quarentão encantador que se apaixona perdidamente por Dolores Haze (Lolita) bonita, doce quando quer, mimada e arrogante, uma jovem nada inocente apesar da pouca idade (12 anos). É totalmente normal homens mais velhos sentirem atração por garotas mais novas, no entanto Humbert era doente, maníaco e muito, muito perturbado, e durante a obra inteira é tachado como pedófilo. Isso não tira a culpa de Lolita, que também é natural garotas mais novas sentirem atração por homens mais velhos, no seu caso ela percebe o interesse e articula o tempo inteiro situações e brechas para seduzi-lo e se envolver com ele.
Desculpem, estou a ponto de surtar.
Ok, hoje em dia as crianças perderam a inocência por conta de toda putaria da televisão e da música brasileira, mas devemos nos lembrar o ano em que a obra foi escrita. Haviam pudores com relação a sexualidade! Lolita nada mais era que as adolescentes de hoje que se espelham em seus ídolos de barro, isso torna a história atemporal! Terminei o livro a mais de uma semana e ainda não consigo expressar minha total indignação por ele, pois apesar de detestar os personagens, por vezes tenho pena dos mesmos.
Voltando aos diários de Humbert. Ele descreve de forma incrivelmente linda e amena a personagem Lolita, De forma tão terna e romântica que chega a comover, até o ponto que ele começa a descrever seus desejos sexuais mais obscuros indagando se há algo errado em possuir um "doce criança". Creio que esses paradoxos narrativos foram propositais para perturbar o leitor: ele a ama? há sentimentos? então não seria errado!? alguns países concedem casamentos com essa faixa etária. Como é relato apenas de Humbert, será que Lolita é tão vadia assim ou é mais uma da suas fantasias para se sentir menos culpado em molestá-la...e assim por diante.
Também detesto a mãe de Lolita, Srª Haze, que quando lê o tal diário e descobre o sentimento doentio do então marido, não preocupou-se em nenhum momento com a proteção da filha, e sim em mandá-la para um colégio interno para ficar longe de seu amado. morreu, bem feito!
Para ser sincera a parte II foi a mais perturbadora. É quando finalmente eles tem relações sexuais de fato. Ele se aproveita da ingenuidade de Lolita, mimando-a com presentes, viagens e glamour, em troca de seus silêncios e favores sexuais. Quando a mesma se impõe ele faz um jogo de terror, alertando-a de que agora é uma órfã, que se ela falar ele vai preso por pouco tempo mas ela, coitada, estará num colégio, num orfanato, as custas do governo, sem suas revistas ou roupas (p.153)... e claro, o autor abusa de discursos enormes e enfadonhos sobre os sentimentos de Humbert para confundir mais ainda nossa caixola para ver se o perdoamos.
Como mencionei anteriormente, não consigo definir meus sentimentos sobre a obra. Ainda nem sei se ela trata de uma mente perturbadora e surreal, dando um tapa na cara da moral e dos bons costumes, ou se a obra em si que é perturbadora!? Minhas conclusões no momento são que ambos fazem mal um ao outro, não existe santo na história, quase uma disputa para ver quem é mais aproveitador e sujo. Posso dizer que o livro está acima de qualquer descrição que possa ser feita à ele; claro que não indico, pois só de falar em voz alta seu título, sinto ânsia! Mas é necessário lê-lo para tomar suas próprias conclusões, pois afinal, ainda há mentes mais perturbadas que a do Humbert que acham o livro romântico!!!!!!!!!!!
20 deram importância: