natureza destrutiva - I

10:04 @Tiabetok 4 Comentários

          
    "Não querer lidar com pessoas
É proteção pra você nunca se machucar.
Se esconde e esquece, pois quando a gente perde alguém,
Não quer nem pensar em esquecer..".
Supercombo

          Isolar-se por vezes parece ser o mais sensato, mesmo porque é notório o seu definhar: olhos sem brilho e chorosos desfaçados em riso forçado por trás das lentes que não carregam mais nenhum grau; exalando desespero por fragrância e a constante falta de assunto com quem quer que seja. A solidão forçada apresenta novos-velhos vícios, a cerveja nem precisa ser tão gelada, pouco quer apreciar, só lhe interessa o efeito alcoolico que muito breve vai produzir; o cabelo sempre fedendo a cigarro barato, enquanto mantém aquela pose fria a intocável que chega a causar desconforto nas pessoas, mas vale tudo na hora de se proteger, não vale?

             Os astros deram dramaticidade a sua vida, afinal ser canceriana não é fácil! Ainda mais sendo ascendente do mesmo, é carma na certa. Os picos de intolerância consigo são enormes, além da fragilidade e não saber lidar com as situações frequentemente; fraqueza disfarçada na postura de uma Valquíria, sua armadura favorita é a mentira do “estou bem”, afinal, quem vai mesmo saber?

            Acontece que é intensa, sente demais, chora demais, tudo demais... não tem cautela, se distrai, e vive a catar continuamente os cacos espalhados pelo chão, perdendo partes por aí, brincando de morrer de amor, chorando sozinha em alguma vala, botando pra fora o que não consegue arrancar de si, salvando-se dela mesma, do abismo de ser o que se é. 

“moça, sai da sacada, você é muito nova pra brincar de morrer"



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