Adoção, nomes estranhos e coisas bagunçadas

18:39 @Tiabetok 0 Comentários

MEGA TEXTO DE CACHORRADAS QUE VOCÊ NÃO PRECISA LER, MAS VAI SER MASSA SE ASSISTIR AO VÍDEO DO FINAL DA POSTAGEM!!!!!!!!!


        Cachorro Loko e eu estávamos meio entediados com a vida. Entre trabalho, faculdade e meus momentos de lazer aleatórios o dog e eu passávamos menos tempo juntos, e isso pesava muito pra ele, afinal passava a maior parte do tempo sozinho, e convenhamos, por vezes chegava indisposta para nossas atividades rotineiras que se tornavam cada vez mais escassas. Cachorro Loko ficou mais sentimental, irritado e fazia coisas para chamar atenção, foi quando sentamos para "discutir" nossa relação e resolvemos ter um filhote!

         Era a solução perfeita! Ele teria companhia o tempo inteiro e eu não me sentiria "tão" culpada de não dar toda atenção que ele precisaria. O quintal é grande o suficiente, onde comem dois comem três, a gente se organiza e se aperta e no final dá tudo certo! Thorin entrou na nossa vida com apenas um mês, era a bolotinha mostarda mais linda do mundo, o presente mais doce e querido que eu podia ganhar no entanto, Cachorro Loko não gostava mais da ideia.



CIÚME SÓ DESTRÓI 

            Óbvio que  deu errado! CL passou a se isolar, começou a marcar todo território possível, coisa que não fazia já que era dono de tudo, comia a comida do filhote e por vezes avançava sem motivo algum.  Foi aí que o desespero começou, com as minhas ausências frequentes não conseguia passar um segundo se quer sem pensar em como estariam, o que faziam e se por um milagre um não tivesse matado o outro. Foram dois meses de estranheza e cada um do seu lado, e eu, totalmente afastada dos dois, do mais velho como castigo, do mais novo por receio de internalizar mais ciúmes. Eis que...

       Thorin dá sempre um jeito de aprontar as maiores sacanagens comigo, com a casa e com a própria vida; começou comendo nossa horta inteira, que eu, por falta de tempo e descaso mesmo, fui deixando de mão, até nos restar apenas cariru e espinafre, as únicas coisas que esse dog vegano não come de forma alguma! Levou seus primeiros tapas na bunda e castigo. Cachorro Loko não gostou nenhum pouco! Afinal, ele é quem manda aqui, se alguém tem que brigar* é ele! 


            Depois de ter se habituado a destruir qualquer coisa que esteja no chão, dentre livros, sapatos, ursinhos, telha, lajota e pedaços de pau; não tinha como evitar, a cada dia mais repreensões, e no dia que eu perdi a cabeça gritando loucamente como se o dognêo fosse entender, num pulo, o Cachorro Loko se mete na minha frente e vai empurrando Thorin, com a cabeça, cobrindo-o e guiando-o pra longe de mim, sem latir, só me olhando; me emocionei. Foi aí que a cumplicidade dos dois começou, e as coisas finalmente ficaram bem. Tão bem que o mais velho ensinou o outro a subir as escadas e diversas vezes o vi puxando o mais novo pelo elevado da porta para que os dois, por fim, pudessem ficar juntos no nosso tapete da soneca [isso é história pra depois]. Já vi muitos cachorros tendo ciúmes de seus donos, mas Thorin sai em disparada pra brincar com seu companheiro, quase nunca comigo, até quando jogo os mordedores, só segue se o outro for primeiro. 

ESSE TEXTÃO TODO PRA QUÊ?

          Poucas coisas na vida me dão prazer ultimamente, tenho lido menos, faço um curso que não gosto, me entedio fácil, e por vezes não tinha disposição para acarinhar aquele serzinho que sempre está aqui me esperando, compreensivo e carinhoso. Thorin me acordou! Ele não é só o Tico do Teco; ele é a bagunça que eu precisava na vida, que faz zona, destrói tudo, desordena a casa e me dá muitos motivos bobos pra sorrir. A forma que eles se tratam com ternura verdadeira, como um atormenta o outro, como concordam sobre as horas de brincar, as de dormir e as de aporrinhar a minha vida, juntos, sincronizados, quase que ensaiados, e por mais que role um arranca rabo daqueles  sempre vão dormir de costela com o outro. 

           Com esses doidos aprendi a julgar menos e a aproveitar mais. A por mais os pés no chão, sem metáforas, pisar na lama mesmo, rir do tombo, levantar; não são cócegas mas as lambidas também provocam risos, aquela felicidade e calmaria alojada no peito; a gratidão por poder repetir o ato todos os dias e a qualquer hora. Ter eles comigo é poder ser útil e se sentir querida. É ter o pior dos dias e esquecer totalmente os problemas no momento em que abrir a porta. Com eles nenhum fim de semana é tranquilo mas a vida bem mais simples e muito mais gostosa.

E se pá, assim que as coisas melhorarem, 
a gente arruma outro bichinho maluco
pra bagunçar ainda mais essa casa!


        
            Para um cão, você não precisa de carrões, de grandes casas ou roupas de marca. Símbolos de status não significavam nada para ele. Um pedaço de madeira já está ótimo. Um cachorro não se importa se você é rico ou pobre, inteligente ou idiota, esperto ou burro. Um cão não julga os outros por sua cor, credo ou classe, mas por quem são por dentro. Dê seu coração a ele, e ele lhe dará o dele. É realmente muito simples, mas, mesmo assim, nós humanos, tão mais sábios e sofisticados, sempre tivemos problemas para descobrir o que realmente importa ou não. De quantas pessoas você pode falar isso? Quantas pessoas fazem você se sentir raro, puro e especial? Quantas pessoas fazem você se sentir extraordinário?
Marley e Eu

Galerê, assisti esse video e não consegui mais parar de chorar. É um clipe sobre a seriedade e responsabilidade da adoção, tema que pretendo voltar a falar por aqui. Meus dois ruivos foram adotados, o Cachorro Loko foi achado na orla de Icoaraci-PA, é bem tiozão e não faço ideia da idade que ele tem, Thorin fez 5 meses hoje, a família que o pegou não pode ficar com ele e o deram pra adoção. 
Assiste o vidiozinho aí, dá uma refletida, chora que é bom também, e adota. Xeroa




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