crônica - dia da tosa
Ébano é mais uma aventura nossa. Um vira lata carente e um
tanto genioso que foi achado por aí e trazido ao aconchego do lar da Ilha do
Barro Preto. Diferente do seu parceiro Bj, Ébano não é muito chegado a banho, e
me parte o coração toda vez que é “forçado” a tomar: latidos estridentes quase
como pedidos de socorro que por vezes arrancam-me lágrimas.
Por infelicidade do destino ele não tem mais o “pezinho” esquerdo,
mas mesmo lhe faltando uma parte ele é amado por inteiro em seu lar. Já está
conosco por uns cinco anos e hoje foi sua primeira tosa.
O fato de escolhermos deixa-lo no sítio foi por conta de
sua personalidade arredia que combinava perfeitamente com a liberdade
do espaço: nada de cercas, coleiras ... nada; além de um espaço cheio de árvores e
um rio incrivelmente refrescante.
Pela primeira vez em anos, nossa enorme bola preta com resto
de folhas e galhos pregada nos pelos nos deixou tomar os cuidados necessários.
Foram pelo menos 3 horas torturantes de tosa: pelo voando para todo lado, tufos
grudados rentes a seu corpinho quase que impossível de tirar e seu notável
desconforto quando nos aproximávamos de sua patinha deficiente.
A cada tentativa de acalmá-lo ele se estressava ainda mais,
girava, gemia, e em nenhum momento avançou para nos machucar. A cada surto de
desconforto do pretinho todos os meus sentimentos afloravam e desejava parar
com tudo aquilo, deixa-lo correr um pouco atrás de borboletas como faz
incansavelmente todos os dias, eis que uma lágrima cai:
- Por que você está chorando, meu bem?
- Tenho medo de machucar ele!
- Você não deve ter medo de machucá-lo, quando sabe que está fazendo para o bem dele.
E de fato: não adiantava forçar banhos com remedinhos anti
pulga e/ou carrapatos se o pobrezinho nunca tirava aquele horror de pelo velho
e sujo do corpo, não adiantava mesmo porque ele foge do banho como diabo foge
da cruz. Após as três horas de choro meu e do Ébano finalmente descobrimos seu
verdadeiro tamanho: minha bola de pelos negros não passa de um cachorro magro e
caneludo, um pouco engraçado para ser franca, e suas orelhas que iam até metade
das patas não descem até o fim do rosto.
Pela primeira vez ele teve confiança em nós e apesar de ter
chorado horrores durante a tosa, não me sinto culpada por saber que foi o
melhor para ele. Depois dessa tarde vou levar para sempre mais um dos muitos
ensinamentos que meu amor me passou, é muito fácil amar as coisas deixando-as
por aí, mas cuidar é difícil quando se tem medo de feri-la, magoá-la. Não devemos ter medo de falar a
verdade para alguém nem de agir da forma correta quando esta só vem trazer
benefícios a ambos.
Quanto ao Ébano, está tão leve que pulou tão alto que quase
conseguiu alcançar a borboleta. Ainda está se acostumando com “o novo peso”,
talvez amanhã ele consiga.
cara não é fascinante quando tiramos lições de coisas tão simples?
ResponderExcluirnunca devemos ter medo de falar a verdade doa a quem doer
no final que a verdade liberta todos de cargas desnecessárias
coitado do pretinho ta magrelo agora psokspoksposkspoksop
A minha chama miuka. É difícil saber o que eles realmente querem e gostar. Sabem esses enfeitinhos fofos de cachorros, então, no começo eu colocava nela e ela sempre tirava, aí percebi que era por que ela ñ gostava. Tem coisas que eles mesmos nos dão um sinal!
ResponderExcluirSuper beijo ♥
www.pequenamenina31.blogspot.com.br
Oiii,sua crônica ficou ótima,pelo fato de ter sido algo tão simples e com toda essa simplicidade ficou algo mágico.
ResponderExcluirTenho apenas uma cadela que se chama Lara,ela é muito medrosa na hora do banho e sempre faz cara feia(cara feia mesmo)mas depois do banho se sente mais alegre,e ao contrário tenho 5 gatos e todos eles adoram tomar banho rsrs.
Beijos
http://nadadecontodefadas.blogspot.com.br/